segunda-feira, 11 de abril de 2011

Isla del Sol, Copacabana

S 15º 59'
O 69º 11'
Altitude: 3.918 metros (No pico)
A ilha está no nível do lago, naturalmente: 3.814 metros.
Pressão do ar: 638 milibars

Bol 5,00 para descer do barco, Bol 5,00 para subir, mais dez para ver o museusinho de nada. Este passeio vale a pena, mas não tanto quanto o de Puno. Mas a viagem de barco é muito baratinha, e haverá um guia bilingue a contar tudo.

 Olhares bondosos de crianças bolivianas, no barco.


El Rey dá as boas vindas, de cetro na mão.

E apresenta... La Reina.
Quanta beleza em se ser rei, ou raínha! Majestade em nobreza de atitudes. em não negociar ou transigir. Quanta beleza em se ter coroas das que quase nunca são vistas!
O rei devia saber que é por causa da mulher que o Paizão abençoa o lar do homem. A raínha devia saber da própria importância estando ao lado de seu rei. 

Por aqui chegam os que optam pela vinda da parte Norte pela trilha.


Foto antiga do museu. Haverá outra, por último, muito curiosa.

O caminho depois da praia.

E mais à frente um pouco. Como faz falta um equipamento fotográfico completo, com filtros, tripé, fotômetro e o mais!

Quase a descida, e a subida até o cume logo depois.
As pedras aqui criam marcos para a eternidade. Os plantios são em níveis. As casas, de adobe, sempre. E os telhados, do eterno zinco, ou, vez ou outra, de sapé.


Aqui há mandacarus, aquela coisa dos sertões.
Como estar longe e sempre perto, juntinho das coisas que ficaram na distância.

As pedras, a cabana, as plantações, o Titicaca.


Artes de argila ou pedras dos povos antigos. E um disco - infelizmente com um vidro, que dificultou a foto - verdadeiro estranho no meio. Nada tem a ver com o ambiente, ouvimos isso de um senhor do grupo de excursão. Essa coisa e o senhor merecem uma atenção especial.

O homem vinha sentado lá no meio de todo mundo. Estava cercado por gringos do mundo inteiro. E era diferente de todos.

Tinha tez morena e barba mal cuidada sobre um rosto magro, triste, tenso. Era miudinho, homem de pouco peso. Notei-o já ao embarcar.

Diferente, nada brilhante como a juventude ou os mais idosos. todos de pele radiantemente clara ao redor. Destacava-se mesmo entre as pessoas preciosas, essas que visitam estes lugares.

Era de se supor que fizera um grande esforço para chegar ali. Podia ser tudo: de um dos ditos "fracassados" da vida a um eminente catedrático.

Estava a clicar sobre o disco nem um pouco à vontade com o vidro que nos separava quando, de detrás de mim, apontou um dedo magro declarando: - Esse disco não é daqui, não pertence ao meio. Com espanto perguntei-lhe porquê. - Veja que é diferente de tudo daqui, nada tem a ver com as outras coisas. Tive que concordar e ouvir o resto com curiosidade e deleite.

O envelhecido homem falava de um lugar que habita os sonhos dos fantasiosos, dos loucos. No entanto, nada havia de louco em seu comportamento sereno, a negar o semblante ansioso. E continuei a ouvi-lo. Lamento não tê-lo ouvido mais.

Falava de Lemúria, o suposto continente situado talvez no Pacífico, que submergiu a um movimento gigantesco da placa tectônica sobre a qual se assentava. Ocorre que, assim como esta desapareceu nas profundezas do oceano, a Cordilheira dos Andes - se já existia - recebeu o acréscimo da área hoje Isla del Sol, e talvez adjacências. Pois bem: essa plaquinha subira junto com as novas terras desde a desaparecida Lemúria.

Essa foi a explicação que me deu.

Essas pessoas são figuras que podem passar despercebidas, já que vivem vidas modestas - sem prejuízo da dignidade. Sem qualquer desejo de aplausos ou de se colocar sob holofotes ou no picadeiro dos circos, são sensíveis, profundamente humanas, sempre. Devem ser ouvidas, porque precisamos ouvi-las.

Eu pessoalmente sou cético quanto a lemúrias e atlântidas, mas bem sei que o que se informa hoje é quase sempre corrupto e serve a um único interesse, o de enganar para se abrir condutos para o escoamento de rios de dinheiro para os bolsos de gente que não vale o que pesa em esterco.

Mas essa coisa toda parece muito com a história da profecia maia de fim do mundo em 21-12-2012 (Pertinho, né?!), que está enchendo as burras de um bando de vigaristas pelo mundo afora e vai causar um inferno às vesperas da data, com montanhas de dinheiro se transferindo dos bolsos dos bobos para os da pior espécie de gente.

Que acha de ficar quietinho no seu lugar apreciando os nervosinhos a correr para um lado e outro? Nada poderá fazer a respeito.

O pico da Isla del Sol, na parte Norte, é só uma caminhada enorme e isto:






Você pode ir do Norte até o Sul da ilha a pé, por trilha, se quiser.

Na próxima vamos ver um nadinha de Oruro, a cidade do carnaval e do folclore.

Mas antes, vejamos as ondas da praia do lado norte da Isla del Sol (Tínhamos os pés juntinho da água ao filmarmos):

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