quinta-feira, 7 de abril de 2011

Lago Titicaca e Ilhas Flutuantes

Estamos sobre o lago, estamos sobre as ilhas.


No barco, a música local.


Havia os povos antigos. Houve desde tempos não muito antigos um Tahuantinsuyu, o império de quartos partes.
Império aqui tinha sentido diverso do conhecido no mundo europeu, não significava um controle rígido ou inflexível, mas, ao contrário, se considerava e conservava os costumes e os governantes dos povos conquistados. Conquistado aqui era apenas tributário.

O Império Inca foi tardio, veio quase às vésperas da invasão e chacina espanhola. Durou pouco, apenas 95 anos, e construiu uma rede de estradas comparável à da Roma antiga; além de Machu Picchu e incontáveis obras pelo império todo. Seu imperador Pachacutec deve ser alinhado com os antigos grandes construtores da antiguidade, como Alexandre, o Grande, e Julius Caesar. Houve outros grandes reis, como Tupac Yupanqui, que expandiu o império no rumo Sul até a Argentina e o Chile, e Huayna Capac, que promoveu a expansão para o Norte, conquistando o litoral do que é hoje o Equador e parte da Colômbia.

Essas conquistas, para os povos das margens do Lago Titicaca significavam o aniquilamento. Daí, inventaram as barcas e depois as ilhas de totora, uma espécie de gramínea longa usada até hoje para esse fim, onde ficaram a habitar. Falamos dos Uros.

As águas do lago tem 1 g de sal em cada litro; não é muito boa para se beber. Portanto, tomava-se a água da parte branca, tenra, da parte inferior do talo da totora. Essa parte da planta também é comestível, isso é demonstrado pelo guia da excursão.

O Titicaca era sagrado para todos, inclusive os incas, e não se permitia qualquer violência ou ato sanguinário sobre ele.

Aproveitando-se da vantagem da superstição inca, esses construtores de barcos fizeram as ilhas unindo cinco blocos de totora bem amarrados e sobre elas construíram as casinhas que hoje vemos; e se lançaram nas águas, para longe do alcance dos dominadores. Assim se desenvolveu a cultura dos ilhéus.

 Boas vindas


Desembarque.


 Chegando


 Mais próximo

 Vendo-se detalhes

Primeiras pessoas

A "modernidade".

O caos

Barco de totora

 O céu, o espelho mais céu.

 Só mais uma vista de barco.




Navegando perto


Folgadamente


Bloco em pequena escala do tipo usado para se construir as ilhas. O guia explica duas em duas linguas.

Crianças brincam

O piso, a casa, o barco: tudo de uma coisa só.

O barquinho diz onde estamos.


Espreita

Minúscula onda

Turistas, os que nada fazem

Pirralhos afeitos à vadiagem

O chefe da ilha (Há caras de pau por todo lado) mostra sua cama a turista desinteressada

Navegar é preciso; viver... nem tanto! (Como quase disse Luis Caolho)

 Plásticos...


Só a ilhazinha

Ilha e barcos

Uma nova ilha

Coisas em quéchua, como convém

Lugar de se subir, para fotos

Céu pobre, ilha de cores firmes


Casinhas cônicas

Piso que parece pasto, e comerciante a postos

Casinha coberta de zinco - Fora de contexto

Evidente comércio



Parece a milionária do lugar - Veja o palacete.


Chola rosa

Difícil de colocar na mochila

Grupinho


Nosso barquinho
Lugar de bate-papos inesquecíveis. De se conhecer mais de perto as gentes, os povos de todo o mundo. Bem ao lado, todos solidários, uma peruana malucona que mais parecia baiana, uma alemãzinha muito flor, uma africana alta, magrinha, radiante de felicidade e beleza, um chileno e um argentino de cada lado meu, aparentes namorados das duas últimas, não menos amáveis que os outros, que seriam ótimos amigos não fosse a separação certa que vem sempre nos fins de passeio, um casal argentino de Ushuaia, a cidade do fim do mundo, último lugar habitado lá no fim do continente americano, na Terra do Fogo, juntinho da convergência do Atlântico com o Pacífico, quase Antártida, sem dúvida os cinquentões mais vibrantes de toda a viagem, um caso incomum, à parte, e um casal de Curitiba pura amabilidade; ele perfeito cavalheiro, ela a dama perfeita de rosto cobertinho de sardas em uma obra de arte da natureza: o rosto mais lindo.
E conversávamos todos, sem exageros, com alegria e felicidade sem reticências, a fluir natural e ininterruptamente. Nenhum conflito, qualquer mal-estar. A serenidade do lago refletida nas pessoas.
A quantidade maior de pessoas estava nos bancos, como os dois casais referidos, e a paz reinava entre todos, como um perfume que tudo invadisse.

A casinha mais típica, a dama elegante.

Impecável


Sereno como um barco de totora no Titicaca.

Uma cara engraçada no barquinho.

Da ilha, um contorno, os barcos.

De pesca.

Variação de estilo.


As cores, a originalidade e os turistas.

Quase despedida.

Esperando

Um presépio.

O grupo de despedida - Ou parte dele...

Antes da despedida, vamos ver algo do artesanato uro?


A zampoña, a cerâmica e as medalhas.

O guia - Excelente guia - a artista e o chefe

Artes em tecidos

Negociações

Peças mais elaboradas.

Cerâmicas

Atenção! Esses barquinhos, que os uros chamam de "Mercedes-Benz" não são de totora, não são os originais, mas feitos de tirinhas de garrafas pet. São caros e sem propósito.

Despedida, amável despedida das senhoras da ilha.

A danadinha se despede cantando em várias linguas, como inglês, francês, italiano, alemão, japonês... e afegão, turco, árabe, cazaquistanês, javanês... menos em português. Dá pra aguentar?

Vamos ver a viagem de volta:


Ondinhas da despedida.

Adeus, ilhinha bonita!

Adeus, horizonte dourado!

Aqui, pelo caminho.


E seguindo, com o silêncio.

Onde é céu, e onde é mar.

Seguindo viagem.

Um quase céu, um quase chão, um quase mar.

O mar refletido no céu, o céu refletido no mar.

O horizonte é à frente: é Oriente.

Nestes mundos coisas acontecem na profundidade do silêncio, tudo parece parar, e tudo parece acontecer ao mesmo tempo. A inquietude viaja de férias para terras mais baixas, vai se entorpecer nas paragens quentes, no eterno esfregar-se das coisas condenadas.

As fotos são do lado Norte do Lago Titicaca, do lado peruano. O passeio foi recomendado por um casal jovem de tez morena e cabelos ligeiramente ondulados originário de Cali, Colômbia: a doce e incomparavelmente linda Isabel e o cortês e muito simpático Camilo. O contato durou minutos pouquíssimos, não mais que cinco, suponho, mas o registro dos sorrisos amigos, das palavras sinceras, ficará para sempre. Casal fisicamente mais belo não encontrei em toda a viagem.

Dois vídeos das ilhas:

Islas flotantes - Um vídeo

Islas Flotantes de los Uros - Reportagem 

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