Estamos sobre o lago, estamos sobre as ilhas.
No barco, a música local.
Havia os povos antigos. Houve desde tempos não muito antigos um Tahuantinsuyu, o império de quartos partes.
Império aqui tinha sentido diverso do conhecido no mundo europeu, não significava um controle rígido ou inflexível, mas, ao contrário, se considerava e conservava os costumes e os governantes dos povos conquistados. Conquistado aqui era apenas tributário.
O Império Inca foi tardio, veio quase às vésperas da invasão e chacina espanhola. Durou pouco, apenas 95 anos, e construiu uma rede de estradas comparável à da Roma antiga; além de Machu Picchu e incontáveis obras pelo império todo. Seu imperador Pachacutec deve ser alinhado com os antigos grandes construtores da antiguidade, como Alexandre, o Grande, e Julius Caesar. Houve outros grandes reis, como Tupac Yupanqui, que expandiu o império no rumo Sul até a Argentina e o Chile, e Huayna Capac, que promoveu a expansão para o Norte, conquistando o litoral do que é hoje o Equador e parte da Colômbia.
Essas conquistas, para os povos das margens do Lago Titicaca significavam o aniquilamento. Daí, inventaram as barcas e depois as ilhas de totora, uma espécie de gramínea longa usada até hoje para esse fim, onde ficaram a habitar. Falamos dos Uros.
As águas do lago tem 1 g de sal em cada litro; não é muito boa para se beber. Portanto, tomava-se a água da parte branca, tenra, da parte inferior do talo da totora. Essa parte da planta também é comestível, isso é demonstrado pelo guia da excursão.
O Titicaca era sagrado para todos, inclusive os incas, e não se permitia qualquer violência ou ato sanguinário sobre ele.
Aproveitando-se da vantagem da superstição inca, esses construtores de barcos fizeram as ilhas unindo cinco blocos de totora bem amarrados e sobre elas construíram as casinhas que hoje vemos; e se lançaram nas águas, para longe do alcance dos dominadores. Assim se desenvolveu a cultura dos ilhéus.
Boas vindas
Desembarque.
Chegando
Mais próximo
Vendo-se detalhes
Primeiras pessoas
A "modernidade".
O caos
Barco de totora
O céu, o espelho mais céu.
Só mais uma vista de barco.
Navegando perto
Folgadamente
Bloco em pequena escala do tipo usado para se construir as ilhas. O guia explica duas em duas linguas.
Crianças brincam
O piso, a casa, o barco: tudo de uma coisa só.
O barquinho diz onde estamos.
Espreita
Minúscula onda
Turistas, os que nada fazem
Pirralhos afeitos à vadiagem
O chefe da ilha (Há caras de pau por todo lado) mostra sua cama a turista desinteressada
Navegar é preciso; viver... nem tanto! (Como quase disse Luis Caolho)
Plásticos...
Só a ilhazinha
Ilha e barcos
Uma nova ilha
Coisas em quéchua, como convém
Lugar de se subir, para fotos
Céu pobre, ilha de cores firmes
Casinhas cônicas
Piso que parece pasto, e comerciante a postos
Casinha coberta de zinco - Fora de contexto
Evidente comércio
Parece a milionária do lugar - Veja o palacete.
Chola rosa
Difícil de colocar na mochila
Grupinho
Nosso barquinho
Lugar de bate-papos inesquecíveis. De se conhecer mais de perto as gentes, os povos de todo o mundo. Bem ao lado, todos solidários, uma peruana malucona que mais parecia baiana, uma alemãzinha muito flor, uma africana alta, magrinha, radiante de felicidade e beleza, um chileno e um argentino de cada lado meu, aparentes namorados das duas últimas, não menos amáveis que os outros, que seriam ótimos amigos não fosse a separação certa que vem sempre nos fins de passeio, um casal argentino de Ushuaia, a cidade do fim do mundo, último lugar habitado lá no fim do continente americano, na Terra do Fogo, juntinho da convergência do Atlântico com o Pacífico, quase Antártida, sem dúvida os cinquentões mais vibrantes de toda a viagem, um caso incomum, à parte, e um casal de Curitiba pura amabilidade; ele perfeito cavalheiro, ela a dama perfeita de rosto cobertinho de sardas em uma obra de arte da natureza: o rosto mais lindo.
E conversávamos todos, sem exageros, com alegria e felicidade sem reticências, a fluir natural e ininterruptamente. Nenhum conflito, qualquer mal-estar. A serenidade do lago refletida nas pessoas.
A quantidade maior de pessoas estava nos bancos, como os dois casais referidos, e a paz reinava entre todos, como um perfume que tudo invadisse.
A casinha mais típica, a dama elegante.
Impecável
Sereno como um barco de totora no Titicaca.
Uma cara engraçada no barquinho.
Da ilha, um contorno, os barcos.
De pesca.
Variação de estilo.
As cores, a originalidade e os turistas.
Quase despedida.
Esperando
Um presépio.
O grupo de despedida - Ou parte dele...
Antes da despedida, vamos ver algo do artesanato uro?
A zampoña, a cerâmica e as medalhas.
O guia - Excelente guia - a artista e o chefe
Artes em tecidos
Negociações
Peças mais elaboradas.
Cerâmicas
Atenção! Esses barquinhos, que os uros chamam de "Mercedes-Benz" não são de totora, não são os originais, mas feitos de tirinhas de garrafas pet. São caros e sem propósito.
Despedida, amável despedida das senhoras da ilha.
A danadinha se despede cantando em várias linguas, como inglês, francês, italiano, alemão, japonês... e afegão, turco, árabe, cazaquistanês, javanês... menos em português. Dá pra aguentar?
Vamos ver a viagem de volta:
Ondinhas da despedida.
Adeus, ilhinha bonita!
Adeus, horizonte dourado!
Aqui, pelo caminho.
E seguindo, com o silêncio.
Onde é céu, e onde é mar.
Seguindo viagem.
Um quase céu, um quase chão, um quase mar.
O mar refletido no céu, o céu refletido no mar.
O horizonte é à frente: é Oriente.
Nestes mundos coisas acontecem na profundidade do silêncio, tudo parece parar, e tudo parece acontecer ao mesmo tempo. A inquietude viaja de férias para terras mais baixas, vai se entorpecer nas paragens quentes, no eterno esfregar-se das coisas condenadas.
As fotos são do lado Norte do Lago Titicaca, do lado peruano. O passeio foi recomendado por um casal jovem de tez morena e cabelos ligeiramente ondulados originário de Cali, Colômbia: a doce e incomparavelmente linda Isabel e o cortês e muito simpático Camilo. O contato durou minutos pouquíssimos, não mais que cinco, suponho, mas o registro dos sorrisos amigos, das palavras sinceras, ficará para sempre. Casal fisicamente mais belo não encontrei em toda a viagem.
Dois vídeos das ilhas:
Islas flotantes - Um vídeo
Islas Flotantes de los Uros - Reportagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário